Fell feeling

Num dia normal, quando nos apercebemos que sentimos aquilo que não devemos e não queremos sentir, sobre algo que nos está próximo, mas ao mesmo tempo distante, damos conta que o mundo à nossa volta começa a girar de forma estranha. Ficamos parados, sem conseguir acompanhar as voltas que a vida dá.

Li há pouco tempo algures esta frase: “Um dia quando damos conta... temos o coração a falhar...” Provavelmente referia-se a algo diferente de tudo aquilo que estou a falar, algo mais Prestrelista, mas confesso: a frase identifica-se com o que estou a sentir.

Estou numa sala escura. A única luz que se consegue obter é através do ecrã que está à minha frente. Nem consigo ver o que escrevo. São uns meros gatafunhos que me saem da alma, talvez por ter a meu lado direito o examinador da minha resistência física, da minha capacidade de controlo e de segurança.

“Voltas que a vida dá! A vida dá voltas! Volta, volta e meia já estás cá! Yah yah… São voltas mano, voltas que a vida dá!”

O que se deve fazer quando sentimos que sentimos o que não deveríamos sentir? É chato isto! Tal como o documentário que estou a ver sobre um fotógrafo francês qualquer, que está a tentar incutir-me a ideia que a fotografia não rouba o passado.

Quem nos rouba o passado é o próprio tempo. O tempo que é preciso para perceber algo. O tempo que é preciso para acabar algo. Esse tempo que custa tanto a passar. Esse tempo que não quer ter tempo. Esse tempo que me sufoca e me cola ao sentimento presente. Sentimento esse que não quero!!!

Segundo zUm