quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Quem disse que eu não gosto de xaile?!

Conseguem vencer pelo cansaço...

Aqui vai a verdadeira história:

Foi engraçado! Fui apanhada de surpresa!
Assim que saí do carro em direcção ao Teatro fui logo absorvida por um nervosismo que vinha acompanhado por uma ânsia inexplicável. Sentimentos estes tão súbitos quanto estranhos, pensei!
Após algum tempo de espera, eis que chegou a minha vez na bilheteira. Respirei fundo e com um ar confiante disse que ia levantar um bilhete que estava reservado em teu nome. A moça lá teclou, até que um pequeno papel azul timbrado com um logótipo nada original a dizer “ Teatro S. Luiz “ começou a sair. Blá, blá, blá e mais a baixo, para os lados direitos no dito papel azul, conseguia ler-se “convite”: EXCELENTE!!! Ainda assim talvez não tão surpreendente visto que quase te obriguei a convidar-me.
Comecei a sentir o nervosismo a atacar-me mais e mais... Mas porquê?
Começou a peça! Aqui vou eu ver mais uma vez as tuas habilidades em palco... Ri, gargalhei, bati palmas. És um homem muito engraçado!
E ao fim de não sei quanto tempo de risada, a peça acabou. Manifestei pessoalmente um certo contentamento, devo confessar. É que de tanto rir durante toda a actuação, as bochechas e os abdominais passaram a músculos doridos.
Toda a assistência de pé, toda a gente a bater palmas, vocês no palco repletos de uma felicidade provocada pelo bom desenrolar da peça.
E eu?! Eu tinha de ir à tua procura, saber onde andavas. Tinha de te agradecer. Tinha de te ver bem pertinho de mim. Tinha de te abraçar.
Foi então que perguntei a um senhor, pouco simpático por sinal, que me ia respondendo com sete pedras na mão e com uma enorme ausência de um bonito e espontâneo sorriso, como poderia eu chegar até ti.
Encontrei a divisão que o “senhor simpatia” me tinha falado. A sala existia de facto. Talvez tivesse julgado mal aquele personagem ainda que possuísse um ar rude.
Pedi para te chamarem e passado pouco tempo apareceste diante de mim todo sorridente. O olhar de “ El Matador “que tinhas presente provocou-me uma impotência momentânea. Despiu-me e fez-me sentir tão incapaz quanto compenetrada, tão perdida quanto estupefacta. Acabaste comigo só com aquele olhar.
Foi como se tivesses entrado dentro da minha pessoa. Naquele momento a fome no mundo deixou de existir, as drogas deixaram de ser uma preocupação, a saída do Dr. Durão Barroso do Governo para a Presidência da Comissão Europeia deixou de ser notícia de última hora. O que importava era aquele olhar. O que foi “dito” através dele. Tudo mudou!
Falámos um pouco sobre a peça, agradeci o “convite” e retribuíste por eu ter aparecido. Foi então que me deste um abraço terno, doce. Posso dizer que foi o chi-coração mais apertado que recebi nos últimos tempos. Tu és muito querido! És mesmo muito querido!
Não sei que sentimento é este… (Voltei para casa confusa quanto aos meus sentimentos…) O que será? Sempre falei bem contigo e nunca me tinha sentido assim. Parece que estava escrito que tudo isto tinha de acontecer e o presságio foi o nervosismo que se apoderou de mim assim que saí do carro. Voltei para casa confusa quanto aos meus sentimentos.
De uma maneira curiosa acho que posso, pela primeira vez, referir o dia exacto em que me apaixonei por alguém. Adorava saber o que sentes. O que pensas. Adorava saber o teu dia – a – dia. O que acabas por fazer quando não tens nada programado. Se tens algum tempo para poderes estar de “papo para o ar”. Como eras na escola quando eras criança. As birras que fazias em casa. Se gostas de dormir com ou sem meias. Se preferes leite frio ou quente. Criei uma necessidade desmesurada de saber tudo sobre ti. Adorava estar contigo e abraçar-te.
E é logo pelo nascer do dia que tu apareces assim sem mais nem menos. Sem pedir autorização, entras no meu pensamento e nele insistes permanecer por longos e alegres minutos.
É nestas alturas que penso que a imaginação do ser humano é verdadeiramente fértil. Já te incluo em todas as minhas tarefas diárias. É como se já fizesses parte da minha vida.
De facto, é impressionante como um curto olhar pode mudar tudo. Tudo se altera! A maneira de ver as coisas, de as sentires, de te sentires a ti próprio!
Não há dúvida que esse monstruoso e assustador sentimento que os mais alucinados chamam de AMOR é um doce veneno de se tomar e uma amargura adocicada de se sentir. Como é que duas contradições tão grandes podem dar ao Homem um prazer de tal forma grandioso quando alguém lhe deita a língua de fora ao mesmo tempo que lhe pergunta “Como estás?”, ou quando, num acto completamente desconhecido à entidade “alucinada”, decide comprar uma camisa branca e mostrar a sua decisão de compra a mais de um milhão de pessoas?
Sem dúvida que, neste mundo de imortais, encontra-se muita coisa para a qual não existe explicação. É o caso desse sentimento que ultimamente tem insistido em me sugar e me manter com um ar de parvinha e... “ alucinada “ sempre que penso em ti…



Por ti, Por mim desejo que aos teus 30 anos eu possa olhar para ti e dizer "Venci!!!"



Segundo zUm